A maioria dos solos de Mato Grosso do Sul, explorados com agricultura e pecuária, são originalmente ácidos e com baixa disponibilidade de nutrientes. Assim, para a maximização da produtividade, faz-se necessária a correção dessas limitações, através da calagem, a fim de neutralizar elementos tóxicos (Al e Mn), fornecer Ca e Mg, aumentar a disponibilidade de nutrientes (principalmente fósforo e molibdênio) e melhorar o ambiente radicular para o desenvolvimento de microrganismos.
Para isso são empregados calcário, normalmente obtidos através da moagem de rochas constituídas basicamente de carbonatos de Ca e Mg, em proporções que variam em função de seu material de origem. Embora outros materiais, como silicatos, óxidos e hidróxidos de cálcio e magnésio, possam ser utilizados, por questões práticas e econômicas, predomina o uso dos calcários.
Os Calcários de origem sedimentar apresentam como características intrínseca a sua friabilidade, de forma que não necessitam ser moídos.
A capacidade de correção de acidez do solo do calcário , também chamada de poder de neutralização (PN), varia em função da natureza e da proporção dos seus componentes químicos e das características mineralógicas. Contudo, a velocidade de reação e o poder residual dos matérias é dependente também do tamanho das suas partículas. A redução do seu tamanho aumenta a superfície externa e favorece o contato com o solo. Com isso, a velocidade de reação é aumentada , em detrimento do seu efeito residual.
Na avaliação da qualidade dos calcários são considerados os teores e a forma química dos neutralizantes, a granulometria, a natureza geológica dos calcários e a variedade e o conteúdo de outros elementos (micronutrientes e metais pesados). Efetivamente são utilizadas a composição química (conteúdos de CaO e MgO) e a granulometria, por permitirem o cálculo de poder relativo de neutralização total (PRNT), dos calcários, índice este que exprime, em termos globais, a qualidade do calcário.